sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Like Father, Like Son


Realizador: Hirokazu Koreeda
Argumento: Hirokazu Koreeda (Guião)
Actores: Masaharu FukuyamaMachiko OnoYôko Maki, Megumi Morisaki

No ano passado tive a oportunidade de ir ao Japão, uma viagem que me marcou pelo que encontrei em termos de sociedade. As pessoas são "exageradamente" simpáticas, são quase submissas em todos os momentos de contacto, são SUPER disponíveis para ajudar...não estava 5min na rua de mapa na mão sem que perguntassem se precisava de ajuda, e isto 80% das vezes sem ser em Inglês...eles tentam comunicar na mesma. No entanto, ao que parece, quem lá vive não sente isto a longo prazo, porque os japoneses na verdade têm esta fachada mas depois são frios, não se entregam, são educados a não mostrar fraquezas, acabam por não ser pessoas assim tão emotivas porque se reprimem.
Claro que generalizações são sempre perigosas, mas do que tenho ouvido de quem lá foi, sente o mesmo que eu senti.

Esta nota prévia serve para mostrar o meu espanto sempre que vejo uma obra Japonesa... é que embora seja um povo teoricamente frio, é capaz de produzir o Cinema que mais e melhor transmite emoções, que mais e melhor nos faz pensar no que estamos a ver, que mais e melhor nos deixa à flor da pele... Desde os Filmes de Animação clássicos que são obras primas intemporais, a estes pedaços de vida que nos roubam a atenção de forma inequívoca.

Este filme não é excepção à regra, mais uma vez estamos perante uma obra que nos faz tremer em muitos momentos.

Um drama familiar, um caso estranho que entra que nem um bulldozer pelos lares das famílias em questão, não olhando para os lados e deixando claro que veio para ficar. A forma como pessoas diferentes reagem a esse contratempo, a forma como pensam que se deve reagir, a forma como lidam com o facto de terem de lidar uns com os outros, a forma como os filhos reagem a todas as decisões tomadas pelas famílias.

Isto é o lado familiar da questão... e o lado mais filosófico? O que é um filho? É só o sangue que lhe escorre que é nosso? Não... claro que não... é muito mais que isso, é uma amálgama de afecto, de educação, de querer que sejam mais e melhor, que sejam felizes, de brincadeiras, de memória e de tormentos... Mas... será que esta amálgama é suficiente para ser um filho? Mesmo sem o sangue?

Cada um terá a sua opinião... influenciada pela sua própria amálgama que já vem de trás... dos pais, dos avós, das convivências com mais ou menos liberdade, com mais ou menos exigência... as respostas parecem óbvias se acharmos que todos pensam da mesma forma que nós... mas a verdade é que todos somos diferentes e o senso comum muitas vezes não passa de uma linha teórica sem qualquer poder.

Um grande filme sobre família.


Golpes Altos: O retrato das famílias, as diferenças, as formas de pensar, a emoção transmitida, a frieza de alguns momentos e a qualidade de sempre.

Golpes Baixos: Nada a assinalar... nada mesmo...

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